Quando chegamos na casa deles, não fiquei surpresa. Era uma
linda e grande casa de madeira. Pensei que a maioria das casas eram de madeira
para manter o calor dentro... parecia estilo casas americanas dos filmes: sem
portão, um ótimo gramado, um caminho de pedras que dava para a porta de entrada
e uma garagem do lado. Assim que Geraldo estacionou, Sônia e Fábio saíram para
fora me encontrar.
-Menina!
– gritou Sônia ao sair da casa, andar rapidamente em minha direção e me
abraçar. – Como você cresceu! Quando te vi pela última vez, ainda era uma
garotinha bem pequenininha... e agora já é uma moça!
Me constrangi.
- Você
deve ser a Sônia... é um prazer te conhecer... ou te rever... desculpe.
- Sem
problemas! – Ela então puxou Fábio que se escondia atrás dela e o trouxe para
frente, para que eu pudesse vê-lo. – Este aqui é o Fábio. Diga “oi”, filho.
Fábio não parecia ser tão encrenqueiro quanto o pai havia
deixado de impressão. No carro, Geraldo me contou que o filho já mudou de
escolinha três vezes por se meter em encrenca. Uma por colar o cabelo de uma
colega com chiclete, outra por ficar de cueca em cima da mesa e a outra por
esconder a cadeira da professora. Juro que fiquei imaginando como ele fez essa
última, mas não encontrei respostas lógicas. Me agachei para falar com ele.
- Olá,
Fabinho! Você eu tenho certeza que não conheço.
Ele abaixou a cabeça, olhando para os pés. Soltou um “oi”
baixinho e correu para dentro de casa. Me levantei e sorri para Sônia.
-Ele se
acostuma... sempre é assim com visitas. Logo vai te tratar como um dos
amiguinhos dele. – Aí fiquei preocupada.
- Sem
problemas.
Geraldo trouxe minhas malas, deixou-as no chão e foi
cumprimentar a esposa. Quando se deram um beijo social na bochecha e sorriram,
eu pude ver os olhos dos dois brilhando enquanto se olhavam. Eles eram casados
a mais de 20 anos e ainda eram apaixonados.
-Meu
bem, Pedro tá se virando bem no Pet? – Perguntou Sônia.
Geraldo arregalou os olhos.
-Meu
Deus, meu filho. Preciso ir ajudar, ele ficou totalmente atolado hoje. Dois
funcionários faltaram e tem muitos animais. – Beijou a testa de Sônia, bagunçou
minha franja, e entrou na van.
-Ele é
um pouco devagar, mas é uma boa pessoa. – Disse Sônia, sorrindo. – Vem, vou te
mostrar a sua nova casa.
-
A casa era simplesmente espetacular. Se por fora já parecia
linda, por dentro parecia incrível! Assim que entramos, já estávamos na sala de
estar. Tinha um grande sofá, uma boa televisão e um tapete incrível no chão.
Ele deveria ser mais macio que minha cama em São Paulo. Atrás da televisão,
havia um pequeno balcão que separava a sala e a cozinha. Do lado direito da sala,
havia uma escada que certamente dava para os quartos. Do outro lado havia um
corredor que, no final, dava para a área de limpeza e uma churrasqueira. No
início do corredor havia uma porta branca.
- Aqui
é o seu quarto. Acabamos de fazer para o Pedro de presente de aniversário, mas
ele não se importou em deixar que fosse seu por enquanto.
Eu ainda tentava digerir o quanto aquela casa era magnífica
por dentro. Mas quando abri a porta do “meu” quarto, fiquei totalmente sem ar.
Assim que abri a porta, pude ver minha cama que era de casal, com lençóis,
travesseiros, cobertas e mantas brancos. Ao lado, havia uma mesinha com um
telefone em cima. À cima da cama era a janela com uma cortina. Na parede da
frente havia o guarda-roupa e uma cômoda brancos também. Na parede de frente
para a cama tinha uma mesa e cadeira de escritório, e ao lado, outra porta.
Fiquei curiosa sobre aquela porta.
- Ah,
ali é o seu banheiro. O quarto é, na verdade, uma suíte.
Gostei ainda mais.
-
Obrigada Sônia, o quarto é incrível! Tem certeza que o Pedro não se incomoda
que eu fique aqui?
-
Tenho. Ele que inclusive deu a ideia toda de você vir pra cá e ficar no quarto
dele. Ele se preocupou muito quando soube o que havia acontecido com a sua
avó... Agora vai, arruma suas coisas, se precisar de qualquer coisa é só me
chamar!
-
Entrei no quarto e olhei todos os móveis, um por um. Todos
de boa qualidade! Eles se preocuparam não apenas onde eu ia dormir, mas como e
se ficaria confortável. São boas pessoas, são amáveis e um garoto do qual eu
nem lembrava o nome há algumas horas se preocupou comigo. Creio que vá ficar tudo bem.
Arrastei minha pesada mala até tentar coloca-la em cima da
cama. Abri e resolvi tomar um banho bem quente. Quando dizem que Rio Grande do
Sul é muito frio, acreditem, por favor. É realmente muito frio! Separei algumas
peças de roupa, peguei minha nécessaire e minha toalha e fui até o banheiro.
Não o havia visto ainda. Mas assim que abri a porta, vi um
banheiro lindo todo branco. Dei de cara com o espelho, e depois que vi meu
reflexo com as olheiras pretas como de um panda, meu cabelo e franja todos
bagunçados e minha roupa amarrotada, só confirmei que precisava mesmo de um
banho. A pia era grande, o que era muito bom.
-
Assim que saí do banho, parecia que o frio do quarto havia
aumentado consideravelmente. Olhei para o relógio e era meio-dia. Peguei um par
de meias gigantes, daquelas que vão até a metade da coxa e são bem quentinhas,
vesti. Coloquei o resto das roupas e me certifiquei de que estava usando blusas
de frio o bastante. Sequei o cabelo, fiz todo o ritual de beleza pós-banho e
resolvi começar a guardar as roupas.
Quando montei a mala ainda em São Paulo, achava que estava
levando uma infinidade de roupas. Pensei até em deixar algumas peças por lá, já
que pretendo voltar em poucas semanas. Mas desmontando tudo, percebi
que não havia trago quase nada! Comecei a separar os tipos de roupa, essa é a
forma que eu arrumo tudo; Calças, blusas, moletons que vão para o cabide. Roupas íntimas, meias, muitas meias, luvas, cachecóis, etc. Mas houve um momento que eu parei e olhei para a cama: um caos. Sabe no meio da arrumação que bate aquele desânimo? Essa foi a hora. Eu a-pa-guei.
-
Acordei meio desorientada sobre tudo, se havia esquecido meu nome, que dirá o lugar onde eu estava... Depois de alguns minutos, comecei a voltar a ter consciência. Mas o quarto que era branco, agora estava alaranjado. Quanto tempo eu dormi?
forma que eu arrumo tudo; Calças, blusas, moletons que vão para o cabide. Roupas íntimas, meias, muitas meias, luvas, cachecóis, etc. Mas houve um momento que eu parei e olhei para a cama: um caos. Sabe no meio da arrumação que bate aquele desânimo? Essa foi a hora. Eu a-pa-guei.
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Acordei meio desorientada sobre tudo, se havia esquecido meu nome, que dirá o lugar onde eu estava... Depois de alguns minutos, comecei a voltar a ter consciência. Mas o quarto que era branco, agora estava alaranjado. Quanto tempo eu dormi?
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